"O Movimento Maker é uma extensão da cultura Faça-Você-Mesmo ou, em inglês, Do-It-Yourself (ou simplesmente DIY). Esta cultura moderna tem em sua base a idéia de que pessoas comuns podem construir, consertar, modificar e fabricar os mais diversos tipos de objetos e projetos com suas próprias mãos".[1]
"Popular principalmente na decoração, o termo Do-It-Yourself é na verdade o prelúdio do que hoje é conhecido como Movimento Maker. (...) O Movimento ou Cultura Maker trabalha a premissa de construir, consertar, modificar, fabricar e criar quase tudo que tenha em mente com suas próprias habilidades, ferramentas e dispositivos". [3]
História
Embora a cultura maker tenha ganhado fama a partir de 2005 quando foi lançada nos EUA uma revista intitulada "Technology on your time" (Make Magazine)que fez tanto sucesso que foi organizado um evento conhecido como "Maker Faire", a "Feira de fazedores" reunindo 250 mil pessoas. Contudo, a verdade é que este tipo de "cultura já existia há décadas e foi responsável pela criação e evolução de indústrias inteiras como foi o caso da indústria dos computadores pessoais que teve suas origens no Homebrew Computer Club, ou Clube dos Computadores Caseiros. Foi no Homebrew Computer Clube que Steve Jobs e Steve Wozniak apresentaram pela primeira vez o Apple I." [1][2]
Grandes corporações como Intel, Samsung, Microsoft lançaram soluções de placas de desenvolvimento, compatíveis com a plataforma Arduino.
Hoje em dia, com a chegada e popularização de tecnologias de construção super sofisticadas como a impressão 3D e os microcontroladores como o Arduino, o Movimento Maker pode ser apenas o início de uma revolução industrial de proporções gigantescas e bastantes profundas para nossa sociedade.
Empreendendorismo
"Destemidamente aprendendo com o erro. Essa é uma característica bastante comum entre os “makers”, ou, em bom português, “fazedores”. Trata-se de gente disposta a arregaçar as mangas e começar a produzir algo ao invés de ficar apenas especulando, em uma nova cultura que pode acelerar e muito o surgimento de inovações nos próximos anos." [4]
Apesar de soar como uma volta ao passado, o Movimento Maker propõe uma nova ordem na produção e mexe com a organização das grandes empresas, pois a tecnologia permite a personalização de produtos sob medidas, testar antes de colocar no mercado, redução em custos de moldes, etc. Além disso, ele permite estimula a liberdade criativa e o empreendedorismo de startups e de pessoas dos mais diferentes setores, idades e grau de conhecimento. Tem grande impacto nas diferentes indústrias, em especial na de Saúde, com a fabricação de próteses.[8]
Cultura Maker e a Educação
O movimento maker aplicado à educação prevê que a comunidade escolar use a tecnologia a favor da livre criação e das próprias descobertas. É como se o "faça você mesmo" fosse aplicado à realidade tecnológica atual, em que impressoras 3D estão cada vez mais comuns. Mas nem sempre ter estes equipamentos à disposição é garantia de sucesso. Um bom professor deve coordenar os projetos dos alunos e tornar as criações uma oportunidade de aprendizagem.[7]
O Colégio Bandeirantes, em São Paulo (SP), transformou a antiga sala de informática no espaço-laboratório Hub, local onde professores e alunos do ensino fundamental e do ensino médio podem desenvolver projetos pessoais ou em grupo e fazer todo tipo de experimento. O espaço tem sido usado nos intervalos de aula e no contraturno, além de fazer parte do planejamento de aulas em algumas disciplinas - como ciências, artes, música, física e biologia - e projetos especiais, como a Feira da Ciência. Quem quiser também pode participar de oficinas sobre tecnologia e artes. "Queremos trabalhar a aprendizagem com mais experimentação e investigação", explica Emerson Bento Pereira, diretor de tecnologia educacional do Bandeirantes.[6]
"O papel de um professor é facilitar o aprendizado. A cultura dominante da educação, porém, tem colocado esforço não no ensinar e aprender, mas no testar. Testes, provas padronizadas têm seu espaço, mas não deveriam ser a cultura dominante da educação. Deveriam ser um diagnóstico, ajudando a embasar o ensinamento em vez de obstruí-lo. Então, no lugar da curiosidade, o que temos é uma cultura da conformidade. Nossas crianças e professores são encorajados a seguirem algorítimos de rotina em vez de incitarem o poder da imaginação e da curiosidade". (Ken Robinson)
"Gastamos dinheiro demais em equipamentos e pouco na formação de profissionais. Para cada R$ 1 gasto em equipamento, precisamos de R$ 9 em formação. Novas tecnologias podem ser extremamente poderosas na sala de aula, não como forma de substituir o professor, mas para potencializar a sua ação, por exemplo, com tecnologias maker, laboratórios de ciências computadorizados, robótica, softwares de simulação, ferramentas de pesquisa on-line e de mapeamento de informação, etc." (Paulo Blikstein)
Sugestões de Leitura
A Nova Revolução Industrial
Ao relembrar as invenções de garagem do avô, Chris Anderson indica o crescimento do trabalho manual e o contato com a cultura do "faça você mesmo" como parte essencial do movimento maker. Com ferramentas digitais, máquinas de fabricação pessoal e a geração do compartilhamento na web, o autor discute as vantagens de projetos colaborativos aliados a escalas menores de produção e fenômenos como as impressoras 3D. Para Anderson, essas impressoras prometem se popularizar tanto quanto outras tecnologias comuns na última década. Ele mostra que o mercado como um todo deve ficar "pequeno e global ao mesmo tempo". Além disso, Chris Anderson defende que o fenômeno maker vai além de uma terceira revolução industrial. Isso porque o movimento antecede a fusão entre os bens físicos e o universo digital.[5]
Make : Zero to Maker
O título do livro cumpre o que promete: ensina a fazer realmente qualquer coisa – executar uma invenção, abrir um negócio, realizar um sonho. No bojo da cultura maker, tudo ganha um novo significado. O livro começou a nascer quando David Lang foi demitido e repensou ações para tornar-se um grande empreendedor. De um desempregado sem habilidades aparentes, Lang saiu do zero e tornou-se um maker engajado. E conta essas histórias de um jeito bem claro no livro. [5]
FAB LAB - A Vanguarda Nova Revolução Industrial
"O livro, de 2013, reedita e complementa uma edição da obra francesa – de Fabien Eychenne, que em 2011 e 2012 visitou fablabs ao redor do mundo para entender melhor o movimento maker. Ali está uma parcela fiel dos envolvidos nessa cultura, em todos os espectros. As colaborações de Heloisa Neves no livro mostram o primeiro ano da rede Fablab no Brasil. Heloisa é um dos grandes nomes do movimento maker nacional. Ela é diretora executiva do Fab Lab Brazil Network e criadora do We Fab. Atualmente, leciona na Faculdade Insper e finaliza um PhD em inovação maker. O livro é creative commons e está disponível para download aqui." [5]
Referências
[1] http://www.makershed.com/collections/books-magazines
[2] http://makerfaire.com/makerfairehistory/
[3] http://www.empreendedorescriativos.com.br/perfil/os-makers-da-terceira-revolucao-industrial/
[4] http://www.b9.com.br/53611/web-video/brasil-makers-os-brasileiros-que-arregacam-mangas-e-fazem-acontecer/
[5] http://infograficos.estadao.com.br/e/focas/movimento-maker/10-livros-que-todo-maker-deve-ler.php
[6] http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/211/movimento-maker-um-espaco-para-criacao-330337-1.asp
[7] http://revistaeducacao.com.br/textos/0/como-criar-um-espaco-maker-em-sua-escola-357975-1.asp
[8] https://www.linkedin.com/pulse/movimento-maker-estimula-o-empreendedorismo-e-ruptura-santos
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